UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

 

 

 

 

 

 

CDMA

 

 

 

 

 

 

                                                                 Realizado por Márcia Previatti,

Marcio Roberto de Camargo,

Paulo Eduardo Bonani Alves e

 Wilfredo Tomaselli para a

Disciplina Processamento Digital

De Sinais sob a orientação do

Professor Eduardo Parente Ribeiro.        

                                                   

 

 

 

CURITIBA

2002


 

 

 

 

 

 

SUMÁRIO

 

1.      O ESPALHAMENTO ESPECTRAL

2.      O CDMA

2.1. Sobre o Sistema CDMA

2.2. Método de Transmissão

2.3. Ganho de Processamento

2.4. Benefícios do CDMA

2.5. Desvantagem do CDMA

3. TÉCNICAS DE MODULAÇÃO

3.1. A seqüência de Pseudo-Ruídos

3.2. DSSS – Direct Sequence Spread Spectrum

3.2.1. Vantagens do Direct-Sequence

3.2.2. Desvantagens do Direct-Sequence

3.3. Espalhamento Espectral por Saltos de Freqüência FHSS

(Frequency Hopping)

3.3.1.Vantagens do Frequency-Hopping

3.3.2. Desvantagens do Frequency-Hopping

3.4. Deslocamento no Tempo (Time Hopping)

3.4.1.Vantagens do TH-CDMA

3.4.2. Desvantagens do TH-CDMA

3.5. Sistemas Híbridos

4. IS-95 CDMA

4.1. Controle de Potência

4.1.1. Ciclo Aberto de Controle de Potência

4.1.2. Ciclo Fechado de Controle de Potência

4.1.3. Controle Lento de Potência Downlink

5. wcdma

5.1. Espalhamento

6. Vantagens e Desvantagens do Spread Spectrum

7. Aplicações Do spread spectrum

8. Demonstração Prática usando o programa Matlab

9. conclusào

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


 

 

INTRODUÇÃO

 

          Nos últimos tempos a segurança nas comunicações digitais vem sendo cada vez mais fundamental e tem sido cada vez mais comercialmente explorada.

          O Spread Spectrum (Espalhamento de Freqüência) é uma técnica de codificação para transmissão digital, bastante resistente à interferência e interceptação, pois transforma o sinal de informação de maneira que ele se assemelhe a um ruído. O ruído possui um espectro achatado e uniforme sem picos coerentes e que podem geralmente ser removidos por filtragem. Por causa dessa característica de se assemelharem a ruídos os sinais Spread Spectrum são difíceis de serem interceptados, demodulados, ou ainda misturados a sinais de banda estreita.

          A técnica de codificação do Spread Spectrum modifica o espectro do sinal, espalhando-o de tal forma que o novo espectro possui uma densidade de potência muito menor, mas a mesma potência total. Esta é, então, a primeira importante característica de um sistema de transmissão Spread Spectrum:

 

A largura de banda do sinal transmitido é muito maior do que a largura de banda da informação propriamente dita.

 

          O espalhamento do espectro é feito antes da transmissão, através do uso de um código que independe da seqüência de dados. Um mesmo código é usado no receptor, que deve operar em sincronismo com o transmissor para decodificar o sinal recebido e então recuperar a seqüência original de dados.

          A expansão da largura de banda transmitida se dá devido à inserção desses códigos, chamados "Pseudo Randômicos" ou "Pseudo Ruídos", e minimiza a interferência de outros usuários, pois abaixa a densidade de potência como já dito anteriormente.  A operação de decodificação no receptor é que impede a interferência e desvanecimento por múltiplos caminhos. A segunda importante característica do Spread Spectrum, então é:

 

A seqüência de pseudo-códigos é que determina o sinal a ser recebido.

 

          Por estas razões de segurança, a modulação Spread Spectrum foi desenvolvida para aplicações militares na época da Segunda Guerra Mundial, onde se fazia extremamente necessária a imunidade à interferência e interceptação dos sinais pelos inimigos. Os primeiros desenvolvimentos visavam melhorar os sistemas de radares, a comunicação e a navegação.

          O exército americano vem utilizando sinais de Spread Spectrum nas comunicações por satélite a no mínimo 25 anos, entretanto, várias aplicações civis surgiram se beneficiando dessas importantes características do Spread Spectrum. Por exemplo, a rejeição de múltiplos caminhos numa estação terrestre de rádio comunicação móvel, ou ainda, comunicações de múltiplo acesso no qual um número de usuários independente compartilha um mesmo canal sem a existência de um mecanismo de sincronização externa [1].

 

 

 

1. O Espalhamento Espectral

 

          No espalhamento espectral a energia média do sinal transmitido é espalhada sobre uma largura de faixa que é muito mais larga que a largura de faixa que contém a informação. Esses sistemas compensam uma maior largura de faixa de transmissão, por uma menor densidade espectral de potência e proporcionam uma melhora na rejeição aos sinais interferentes operando na mesma faixa de freqüências [2].

          Um sistema é definido como sendo de espalhamento espectral se preencher os seguintes requisitos:

1.      O sinal ocupa uma largura de banda muito maior que a mínima largura de faixa necessária para enviar a informação. Valores típicos para esta relação estão entre cem e um milhão (20 a 60 dB).

2.      O espalhamento é obtido a partir de um sinal de espalhamento também conhecido como sinal código, que é independente da informação.

3.      No receptor, a recuperação da informação original é feita pela correlação entre o sinal recebido com uma réplica sincronizada do sinal de espalhamento usado no processo de espalhamento no transmissor.

          Esquemas de modulação em freqüência ou por código de pulso também espalham o espectro do sinal mas não se qualificam como sistemas de espalhamento espectral por não satisfazerem as condições enunciadas acima.

          Existem inúmeras razões para se espalhar o espectro e muitos benefícios podem ser obtidos se isto for realizado adequadamente:

·  Capacidade de Múltiplo Acesso -  Se vários usuários transmitem um sinal espalhado no espectro ao mesmo tempo, o receptor deverá estar apto para distinguir entre os usuários sob a condição de que cada usuário tem um único código que tem uma correlação cruzada muito baixa com os outros códigos. Correlacionando o sinal recebido com um sinal de código de um certo usuário deve-se então somente decodificar o sinal desse usuário, enquanto os outros sinais de espectro espalhado, devem manter-se espalhados sobre uma largura de banda grande. Assim, dentro da largura de banda da informação a potência do usuário desejado deverá ser maior que a potência da interferência, providenciando que não haja muita interferência, e o sinal desejado possa ser extraído;

·  Proteção contra Interferência Multicanais - Em um canal de rádio não há exatamente uma trajetória entre um transmissor e um receptor. Devido a reflexões (e refrações) um sinal será recebido em um número de trajetórias diferentes. Os sinais em diferentes trajetórias são todos cópias do mesmo sinal transmitido mas com diferentes amplitudes, fases, atrasos, e ângulos de chegada. As somas desses sinais no receptor serão construtivas em algumas das freqüências e destrutivas em outras. No domínio do tempo, isso resulta em um sinal dispersado. A modulação em espectro espalhado pode combater essas interferências multitrajetórias; contudo, o modo como isso é conseguido depende bastante do tipo de modulação usado;

·  Privacidade - o sinal transmitido só pode ser demodulado e os dados recuperados se o código é conhecido pelo receptor;

·  Rejeição de Interferência - Fazendo correlação cruzada entre o sinal de código e com o sinal de banda estreita a potência do sinal de banda estreita é espalhada, de modo a reduzir a potência de interferência na largura de banda do sinal de informação. O sinal de espectro espalhado recebe uma interferência de banda estreita. Na recepção, o sinal de espectro espalhado é "estreitado" enquanto que o sinal de interferência é espalhado, fazendo aparecer um pequeno ruído de fundo comparado com o sinal recuperado;

·  Capacidade de antijamming (jamming (rádio) - Interferência causada, sinal sabotado), especialmente de interferência de banda estreita - Isso é mais ou menos o mesmo que a rejeição de interferência, exceto que a interferência é intencionalmente implantada no sinal. Esta é a propriedade, juntamente com a próxima a ser citada, que faz a modulação por espalhamento de espectro atrativa para aplicações militares;

·  Baixa Probabilidade de Interceptação - Devido à sua baixa densidade de potência, o sinal espalhado no espectro é difícil de ser detectado e interceptado por um receptor que seja hostil [4].

 

 

 

2. O CDMA

 

2.1. Sobre o Sistema CDMA

 

          O CDMA é uma forma de espalhamento de espectro, uma família de técnicas de comunicação digital, que vinha sendo utilizada em aplicações militares. O princípio básico do espalhamento de espectro está em utilizar portadoras semelhantes a ruído, e como o próprio nome diz, uma faixa de freqüência bem mais extensa para a mesma taxa de dados. O uso do CDMA em aplicações de rádio móveis no meio civil é novo. Algumas propostas surgiram no final da década de 40, mas somente na década de 80, aplicações se tornaram viáveis devido à evolução dos circuitos integrados (tamanho reduzido e baixo custo) e à possibilidade da regulagem da potência emitida pelo transmissor [3].

          O CDMA se tornou um padrão quando a TIA (Telecommunicatios Industry Association) em 1993 adotou o IS-95. Existem várias razões para se adotar o IS-95 para aplicações móveis:

·  É compatível com o sistema AMPS (Advanced Mobile Phone Service);

·  Requer poucas células;

·  Inovações tecnológicas para superar a capacidade de problemas com sistemas analógicos.

            No CDMA todos os assinantes transmitem e recebem informações usando o mesmo canal, ao mesmo tempo. A cada assinante é atribuído um código exclusivo. Para receber as informações de um assinante específico, é necessário conhecer seu código. Seria como se todas as emissoras de TV fossem transmitidas no mesmo canal, ao mesmo tempo. A imagem recebida ficaria uma bagunça completa. Contudo, se antes da transmissão fosse associado um código a cada emissora, bastaria informar ao aparelho de TV o código desejado, e a imagem da TV ficaria nítida.

          Imagine duas pessoas conversando numa sala. É mais ou menos assim que o sistema analógico AMPS funciona. Imagine agora que em numa sala muitas pessoas estão falando ao mesmo tempo, mas você consegue entender uma pessoa por vez. Isto é porque seu cérebro pode separar as características de uma voz e diferenciá-la  das outras  que estão falando. À medida que a festa fica maior, cada pessoa tem que falar mais alto, e o tamanho da sua zona da conversa fica menor. Isto ficaria ainda mais dramático se cada conversa fosse num idioma diferente.

          Com o CDMA é semelhante, mas o reconhecimento baseia-se no código. A interferência é a soma de todos os demais usuários da mesma freqüência CDMA, tanto dentro como fora das células domiciliares e com as versões retardadas destes sinais. Ainda é preciso incluir o ruído térmico habitual e os distúrbios atmosféricos. É mais ou menos assim que o CDMA funciona.

          O receptor, conhecendo as seqüências de código do usuário, decodifica o sinal recebido e recupera os dados originais. Portanto, se aparecer o código, recupera-se o bit zero, se aparecer o inverso do código, recupera-se o bit 1. Isso é possível desde que a correlação entre o código do usuário desejado e os códigos dos outros usuários seja pequena. Desde que a largura de banda do sinal de código é escolhido de forma a ser mais largo que a largura de banda do sinal portador de informação, o processo de codificação aumenta (espalha) o espectro do sinal e é portanto é também conhecido como modulação de espalhamento de espectro. O sinal resultante é também chamado sinal de espectro espalhado, e CDMA é às vezes como acesso múltiplo por espectro espalhado (SSMA).

          A seqüência resultante do sinal codificado modula uma portadora “fo” produzindo o sinal que é transmitido. No meio de transmissão, este sinal se junta a outros sinais modulados na mesma freqüência, mas que utilizam seqüências pseudo-aleatória que foi utilizada na transmissão. Não haverá então, mistura de canais recebidos, desde que as seqüências de transmissão utilizadas sejam não correlatas.

          O ser humano também consegue identificar códigos extensos mais facilmente. Por exemplo, é mais fácil notar a diferença entre as palavras “consubstanciação” e “telecomunicações”, quando gritadas por alguém, do que distinguir as palavras “pé“ e “do”.         Daí por que é mais fácil recuperar uma informação de muitos bits que de um único bit.

          No meio da transmissão, o canal desejado fica mergulhado sob os canais que compartilham da mesma faixa espectral. Após a correlação com a seqüência local correta, o canal desejado agrega-se tornando-se estreito e fica muito mais intenso. Com isso ele emerge acima do nível do conjunto de canais compartilhantes, que continuam espalhados. Em seguida, este canal desejado estreito passa por um filtro adequado à sua largura de faixa estreita e a seguir é demodulado. A porção de canais compartilhantes que passa por aquele filtro se comporta como ruído de fundo.

         A capacidade de múltiplo acesso é ilustrada na figura seguinte. Na figura 1(a), dois usuários geram uma sinal de espectro espalhado a partir de seus sinais de dados de banda estreita. Na figura 1(b) ambos os usuários transmitem seus sinais de espectro espalhado ao mesmo tempo. No receptor 1 apenas o sinal do usuário 1 é "estreitado" e os dados recuperados [4].

 

Figura 1 – Capacidade de Múltiplo Acesso

 

          Quando existe um sinal interferente estreito no meio de transmissão, o  correlator espalha esta interferência diluindo a sua energia ao longo da faixa espalhada. Portanto, a interferência se torna ineficaz, com isto, basta ir decodificando os zeros e uns originais, descomprimi-los e, a partir do sinal PCM, recuperar o sinal analógico. Os outros códigos, que não interessam, são simplesmente ignorados. A figura abaixo pode-se verificar que a interferência torna-se apenas um ruído de fundo quando comparada ao sinal que contém a informação[4].

 

Figura 2 – Espalhamento da Interferência

 

          Todas as células (ERB’s) trabalham com as mesmas freqüências portadoras, inclusive as adjacentes. Dentro da célula, as portadoras devem estar transmitindo com a mesma potência, para que não possam ser diferenciadas pela intensidade do sinal.

          A recepção do sinal original e dos sinais refletidos (fenômeno de propagação por vários caminhos) é algo muito sério nos sistemas AMPS, GSM e TDMA. O sinal original e suas réplicas refletidas têm fase, atenuação e atraso distintos: pode acontecer que um sinal cancele o outro.

          Os telefones celulares CDMA podem receber estes vários sinais ao mesmo tempo, compará-los e aproveitar o melhor sinal de cada um deles. Isto se faz usando receptores conhecidos como Rake. Três receptores trabalham cada um com uma réplica do sinal. Por meio da comparação entre estas três réplicas, a degradação do sinal é corrigida, resultando num único sinal mais robusto e saudável.

          Todo o controle de potência do sistema CDMA faz com que tanto telefones quanto ERBs transmitam sempre na menor potência possível, economizando energia. Também o controle de potência de transmissão das ERBs e muito mais acurado. Isto porque todos os telefones celulares que estão dentro da célula medem as mesmas freqüências. E todos eles transmitem sua medidas para a ERB, que tem um panorama completo do sinal na sua região. Soft handoff ocorre quando o móvel inicia comunicação com uma nova ERB sem interromper a comunicação com a ERB anterior. Este tipo de handoff só pode ocorrer entre canais CDMA que utilizam a mesma freqüência, ou seja , o Soft handoff só ocorre entre canais CDMA de mesma portadora.  Durante a conversação, o terminal procura  continuamente por outras ERBs. Se for encontrada alguma com potência suficiente, o móvel solicitará o soft handoff.  Durante algum tempo manterá contato com as duas ERBs. O enlace com a primeira ERB só será interrompido quando o nível do sinal cair de um certo limiar.

          Durante o Soft handoff o móvel estabelece comunicação com duas ou mais ERBs (ou setores se for o caso) simultaneamente. Ou seja, ele utiliza canais de tráfego direto e reverso para trocar dados (voz e sinais de controle) com todas as ERBs participantes. As ERBs envolvidas enviam seus frames para a CCC (Central de Comutação e Controle), que escolhe o melhor deles. Da mesma forma, o móvel recebe o sinal das ERBs envolvidas (canal direto) e efetua uma correção coerente no seu rake receiver. Isto proporciona um ganho de capacidade nos canais direto e reverso, aumentando a qualidade do sinal recebido nos dois extremos (telefone e CCC). Tipicamente o soft handoff ocorre na região de fronteira entre as células, onde o enlace está mais fragilizado. Uma vez que não há interrupção no enlace, o soft handoff é imperceptível ao usuário.

          Nos sistemas AMPS e TDMA, há troca de canais (ou de freqüências portadoras) quando o usuário sai de uma célula e entra em outra, o que pode ocasionar um pequeno clique. Também pode ocorrer que a ERB de destino não possua canais disponíveis, resultando em queda brusca de qualidade ou na queda da ligação.

          Violar o sigilo de uma conversa CDMA não é fácil, ao menos por enquanto, pois o sistema é muito complexo.

 

2.2. Método de Transmissão

         

          O sistema CDMA é digital, isto é, a voz dos assinantes é digitalizada (convertida em bits) antes de qualquer coisa. Pelo processo mais comum de conversão PCM (Pulse Code Modulation), a digitalização de 1 segundo de conversa resulta em 64.000 bits ou 64kbps.

          Por que digitalizar? Porque o CDMA é um equipamento computadorizado; como todo computador, trabalha apenas com zeros e uns. E, além disso, é mais fácil fazer cálculos complexos usando bits do que sinais analógicos.

          No CDMA, cada tempo de bit é distribuído em m pequenos intervalos chamados chips. Tipicamente, existem 64 ou 128 chips por bit. A cada estação é atribuído um único código m-bit ou seqüência de chips (seqüência binária bipolar). Estas seqüências são ditas ortogonais entre si, o que significa que o produto interno entre duas seqüências ortogonais é sempre zero se as seqüências forem diferentes. Para transmitir um bit 1, uma estação envia sua seqüência de chips. Para transmitir um bit 0, a estação envia o complemento a um da seqüência de chips. Outros padrões não são permitidos. Isto aumenta a quantidade de informação necessária para ser enviada de   b bits/s para mb bits/s, o que só é possível se a banda disponível crescer por um fator de m, daí a classificação de comunicação por espalhamento de espectro.

          Se estivesse disponível 1MHz de banda para 100 estações, com FDMA cada estação teria 10kHz e poderia transmitir a 10kbps (supondo 1 bit por Hz). Com CDMA, cada estação utiliza a banda inteira de 1MHz, sendo a taxa de chips de 1Mchips/s. Com menos de 100 chips por bit, a banda efetiva por estação é maior para o CDMA, e o problema de alocação de canal está resolvido.

          No padrão CDMA IS-95 (International Standard), o sinal PCM de 64 kbps é comprimido para um sinal de velocidade menor. Esta compressão é realizada pelo vocoder ou codificador de voz. Há vários tipos de vocoders, que produzem velocidades diferentes, sendo mais utilizado o 8kbps EVCR (de ótima qualidade de voz). Vocoders são importantes para aproveitar melhor o espectro de freqüências: onde caberia só um sinal de 64kbps cabem vários sinais de 8kbps.

          A seqüência digital na saída do vocoder é transformada em outra seqüência de taxa maior. Isso se consegue somando-se o sinal digital de voz através de um circuito “OU_EXCLUSIVO” com uma seqüência pseudo-aleatória gerada por meio de um código específico de 128 bits (no caso do IS-95), ou seja, cada bit de informação será substituído por este código. Ao bit zero atribui-se um código (entre trilhões de combinações) e ao bit 1 atribui-se o código inverso ao do bit zero.  

 

2.3. Ganho de Processamento

 

          A razão da largura de banda transmitida pela largura de banda da informação é chamada de ganho de processamento, Gp, do sistema de espectro espalhado,

 

 

em que Bt é a largura de banda de transmissão e Bi é a largura de banda do sinal portador da informação.

          O receptor correlaciona o sinal recebido com uma réplica gerada sincronizadamente do código de espalhamento para recuperar o sinal portador de informação original. Isso implica que o receptor deve conhecer o código usado para modular os dados.

          Por causa da codificação e do resultante alargamento da largura de banda, sinais de espectro espalhado tem uma quantidade de propriedades diferentes das propriedades de sinais de banda estreita [4].

          É a melhoria da relação sinal/ruído que um sistema que utiliza a técnica de espalhamento espectral é capaz de obter em relação a um sistema que não utiliza esta mesma técnica. Para sistemas que empregam espalhamento espectral em seqüência direta esse ganho está diretamente relacionado à taxa na qual o código de espalhamento é gerado. Para sistemas por saltos em freqüência, o ganho de processamento é uma função direta do número de canais de salto nos quais está sendo espalhada a informação transmitida [2].

 

2.4. Benefícios do CDMA

 

·        Aumento de capacidade de 8 a 10 vezes mais do que a tecnologia AMPS, e 4 a 5 vezes mais do que o GSM;

·        Provê qualidade na chamada, com som melhor e mais consistente se comparado com o Sistema AMPS;

·        O sistema é planejado e todos usuários usam a mesma freqüência em todo setor de todas células;

·        Privacidade herdada;

·        Bandwidth ou demanda.

         Portanto, conclui-se que existem diversas vantagens na utilização do CDMA como técnica de múltiplo acesso, entre elas a eliminação do mecanismo de alocação de canal e o aumento da eficiência da banda.

 

2.5. Desvantagem do CDMA

 

          Um dos problemas enfrentados por sistemas utilizando o CDMA é o chamado problema "perto-longe", que ocorre devido a estações localizadas perto e longe da estação-base, pois o sistema CDMA supõe que os sinais são enviados com a mesma potência. Isto pode ser solucionado através de um tipo de controle sobre a potência de transmissão, como por exemplo, a estação-base pode enviar comandos de acréscimo e decréscimo da potência de transmissão.

 

 

 

3.  Técnicas de modulação

 

figura 3 – Classificação geral do CDMA

 

          A classificação geral do CDMA está ilustrada na figura 3.

          Existem várias técnicas de modulação que geram sinais de espectro espalhado. As mais importantes são:

·        Seqüenciamento Direto de Espectro Espalhado: o sinal portador de informação é multiplicado diretamente por um sinal de código de alta taxa de variação;

·        Espalhamento de Espectro por Deslocamento de Freqüência: a freqüência do sinal modulado no qual o sinal de informação é transmitido é rapidamente trocada de acordo com o sinal de código;

·        Espalhamento de Espectro por Deslocamento de Tempo: o sinal portador de informação não é transmitido continuamente. Ao invés disso o sinal é transmitido em pequenos lotes em que o intervalo de tempo desses lotes é decidido pelo sinal de código;

·        Modulação híbrida: duas ou mais das técnicas de modulação por espalhamento de espectro podem ser usadas conjuntamente para combinar as vantagens e, como desejado, para combater suas desvantagens. Além disso, é possível combinar CDMA com outros métodos de múltiplo acesso: TDMA, modulação de múltiplas seqüências (Multicarrier, MC) ou modulação multitom (MT). No caso do MC-CDMA, ocorre espalhamento ao longo do eixo de freqüências, enquanto que o MT-CDMA corre espalhamento ao longo do eixo do tempo. Observe que MC-CDMA e MT-CDMA são baseados na multiplexação ortogonal por divisão de freqüência (OFDM).

 

3.1. A Seqüência de Pseudo Ruídos

 

          É uma seqüência de dados binários que tem na sua formação algumas características de seqüência aleatória mas também tem algumas características que não são aleatórias [2].

          Possui forma de onda semelhante a um ruído, que geralmente é gerada por um registrador de deslocamento realimentado. Um registrador de deslocamento realimentado consiste de um simples registrador de deslocamento feito de n flip-flops e um circuito lógico que é interconectado para formar um circuito de realimentação multi-loop. Os flip-flops são sincronizados por um clock único. A cada pulso de clock, o estado de um flip-flop é enviado ao próximo linearmente. Com cada pulso de clock, o circuito lógico associa uma função booleana ao estado dos flip-flops. O resultado, então, é realimentado ao primeiro flip-flop evitando que o registrador se esvazie. A seqüência PN gerada é determinada, portanto, pelo comprimento n do registrador de deslocamento, do seu estado inicial e da lógica de realimentação.

          Uma seqüência de códigos de espalhamento tem baixa (ou nenhuma) correlação cruzada e uma mínima interferência ocorre entre usuários. Isto possibilita a um receptor ajustado com um determinado código ser alcançado somente pelo sinal proveniente do transmissor que estiver enviando aquele mesmo código.

 

Correlação cruzada é a medida de concordância entre dois diferentes códigos.

 

          A parte mais complicada num sistema Spread Spectrum consiste em assegurar uma rápida e confiável sincronização no receptor. O receptor precisa correlacionar o sinal entrante e demodulá-lo. O correlacionador remove o código e o demodulador recupera a informação na banda base. Ambos precisam ser síncronos com o sinal transmitido.

 

3.2. DSSS – Direct Sequence Spread Spectrum

 

          Os sistemas em seqüência direta combinam a informação do sinal, que normalmente é digital, com uma seqüência binária de maior velocidade. Esta combinação é então usada para modular a portadora de radiofreqüência. O código binário domina a função de modulação e é a causa direta do espalhamento largo do sinal transmitido. Este código é uma seqüência de bits pseudoaleatória de comprimento fixo. O sistema continuamente recicla o mesmo código binário [2]. O DSSS é uma técnica de espalhamento no espectro aonde um sinal de portadora é primeiramente modulado com um sinal digital de dados e depois novamente modulado com um sinal de espalhamento de alta velocidade (banda larga).

          No DS-CDMA o sinal de dados é diretamente modulado por um sinal de código digital, discretizado no tempo e de valor discretizado. O sinal de dados pode ser tanto digital quanto analógico; na maioria dos casos é digital. No caso do sinal digital a modulação dos dados é omitida e o sinal de dados é diretamente multiplicado pelo sinal de código e o sinal resultante é uma modulação de banda larga.

          Na figura 4 é mostrado um diagrama de bloco de um transmissor DS-CDMA.

 

  

Figura 4 - Diagrama de Blocos do Modulador do DS-CDMA

 

          O sinal de dados binário modula um sinal de radiofreqüência. Este sinal é então modulado por um sinal de código, que consiste de uma quantia de bits de código chamados "chips" que podem assumir os valores +1 ou -1. Para obter o espalhamento do sinal desejado, a taxa de bits do sinal de código deve ser muito maior que a taxa de bits do sinal de informação. Para a modulação de código várias técnicas de modulação podem ser usadas, como PSK, BPSK, D-BPSK, QPSK e MSK (figura 5).

 

Figura 5(a) – Diagrama de Blocos usando Modulação BPSK

Figura 5(b) – Sinal BPSK modulado

 

          Após a transmissão do sinal, o receptor (exibido na figura 6) realiza demodulação, usando um gerador de seqüência de código local. Para poder realizar a demodulação do sinal, o receptor não só deve conhecer a seqüência de código utilizada na modulação do sinal como a seqüência de código do sinal recebido e a seqüência de código gerada localmente devem ser sincronizados. A sincronização deve ser obtida no começo da recepção e mantida enquanto todo o sinal for recebido. O bloco de sincronização de código realiza essa operação. Após a demodulação do sinal de espectro espalhado é obtido um sinal de dados modulado, e após a demodulação desse sinal, a seqüência de dados original é recuperada [4].

 

Figura 6 – Diagrama em Blocos do Demodulador do DS-CDMA

 

3.2.1. Vantagens do Direct-Sequence

 

·        Melhor performance contra ruídos;

·        Mais difícil de interceptar;

·        Melhor performance contra reflexões;

·        A geração do sinal codificado é simples. É resultante de uma simples multiplicação;

·        Desde que apenas uma freqüência portadora tenha de ser gerada, o sintetizador de freqüência (gerador de seqüência) é simples;

·        A demodulação coerente do sinal DS é possível;

·        Nenhuma sincronização entre os usuários é necessária.

 

3.2.2. Desvantagens do Direct-Sequence

 

·        Largura de banda muito grande;

·        Canal requer baixa distorção de fase;

 

Figura 7 – Desvantagem do DS-CDMA: efeito Near-Far

 

·        Maior efeito Near-Far que é quando um transmissor mais perto e indesejável pode destruir o sinal que se deseja receber. A potência recebida por usuários próximos à estação base é muito maior que a recebida por usuários mais afastados. Se um usuário transmite continuamente acima da largura de banda inteira, um usuário próximo à base irá constantemente criar muita interferência para usuários situados longe da estação base, tornando a recepção deles impossível. Esse efeito pode ser contornado com a aplicação de algoritmos de controle de potência tais que todos os usuários recebam o sinal da estação base com a mesma potência média. Infelizmente este controle mostrou-se ser um pouco difícil;

·        É difícil obter e manter a sincronização do gerador local de seqüência de código com a seqüência de código do sinal recebido. A sincronização deve ser obtida numa fração do tempo de tempo de um chip;

·        Para a correta recepção o erro de sincronização entre o gerador local de sinal de código com a seqüência de código do sinal recebido deve ser bem pequena, uma fração do intervalo de tempo de um chip. Isso combinado com a impossibilidade de usar-se grandes bandas de freqüência contíguas limita na prática a largura de banda a 10 ou 20 MHz [4].

 

3.3. Espalhamento Espectral por Saltos de Freqüência FHSS (Frequency Hopping)

 

          Nos sistemas de Frequency Hopping (Salto de Freqüência), a freqüência da portadora do sinal transmitido é variada (ou saltada) de acordo com a seqüência de pseudo-ruídos. A ordem das freqüências selecionadas pelo transmissor é pré-determinada pela seqüência de códigos, e o receptor rastreia essas variações de freqüência e produz um sinal de FI freqüência intermediária constante. A interferência não é rastreada entretanto pode ocasionalmente estar incluída no sinal de FI. Podem ser do tipo rápido (Fast Frequency Hopping) ou lento (Slow Frequency Hopping).

            Os sistemas com saltos em freqüência espalham sua energia mudando a freqüência central de transmissão várias vezes por segundo de acordo com uma seqüência de canais gerada de forma pseudoaleatória. Essa mesma seqüência de canais é usada repetidamente, de forma que o transmissor recicla continuamente a mesma série de mudança de canais.

          A freqüência de conversão f do transmissor portanto, muda seu valor de acordo com uma certa seqüência codificada, aos saltos. A freqüência de transmissão também sofre os mesmos deslocamentos. Para que este sinal seja recebido, é necessário que o receptor tenha a freqüência de seu oscilador local seguindo a mesma série de deslocamentos de valores.

          No CDMA por deslocamento de freqüência (FH-CDMA), a portadora do sinal de informação não é constante, mas muda periodicamente. Durante o intervalo de tempo T a freqüência da portadora permanece a mesma, mas após cada intervalo de tempo a portadora desloca-se para outra (ou possivelmente para a mesma) freqüência. O padrão de deslocamento é definido pelo sinal de código. O conjunto de possíveis freqüências que a portadora pode assumir é chamado de 'hop-set'.

          O diagrama de blocos de um sistema FH-CDMA é mostrado na figura 8.

 

Figura 8 – Modulador e demodulador FH-CDMA

 

          O sinal de dados é modulado na banda base. Usando um sintetizador de freqüência rápido que é controlado pelo sinal de código, a freqüência da portadora é convertida para a freqüência de transmissão.

          O processo inverso é feito no receptor. Usando um gerador local de seqüência de código, o sinal recebido é convertido para a banda de freqüência base. Os dados são recuperados após a demodulação para banda base. O circuito de sincronização assegura que o deslocamento do gerador local esteja sincronizado com o padrão de deslocamento da portadora recebida, para que a demodulação do sinal seja possível [4].

 

3.3.1. Vantagens do Frequency-Hopping

 

·        A sincronização do sinal FH-CDMA é mais fácil que a do DS-CDMA. A sincronização do FH-CDMA deve ocorrer numa fração do intervalo de tempo do intervalo de tempo de deslocamento. Como o espalhamento de espectro não é obtido pela utilização de uma grande variação de freqüência mas pela utilização de um largo "hop-set", o intervalo de tempo de deslocamento é mais longo que o intervalo de tempo de chip de um sistema DS-CDMA. Com isso, um sistema FH-CDMA admite um maior erro de sincronização;

·        As diferentes bandas de freqüência que um sinal FH pode ocupar não podem ser contíguos porque fazemos o sintetizador de freqüências facilmente pular por cima de certas partes do espectro. Combinado com a sincronização mais fácil, isso permite a utilização de larguras de banda maiores;

·        A probabilidade de vários usuários transmitirem na mesma freqüência é pequena. Um usuário transmitindo longe da estação base receberá sinal até mesmo se usuários próximos à estação base estiverem transmitindo, desde que aqueles usuários estejam provavelmente transmitindo em diferentes freqüências. Portanto, a performance do efeito longe-perto é melhor que aquele do sinal DS;

·        Como um sistema FH pode empregar uma maior largura de banda, ele pode oferecer uma maior possibilidade de redução de interferência de sinal de banda estreita que sistemas DS.

 

3.3.2. Desvantagens do Frequency-Hopping

 

·        Complexo sintetizador de freqüências;

·        Correção de erro;

·        É necessário um sintetizador de freqüências altamente sofisticado;

·        Uma abrupta mudança do sinal ocorrida na hora em que as bandas de freqüência são trocadas leva ao incremento da banda de freqüência ocupada. Para evitar isso, o sinal já deve estar no estado on ou off quando a freqüência é mudada;

·        A modulação coerente é difícil devido a problemas na manutenção da relação entre fases durante o deslocamento da freqüência.

 

3.4. Deslocamento no Tempo (Time Hopping)

 

No CDMA por deslocamento no tempo (TH-CDMA) o sinal de dados é transmitido em rápidas emissões determinadas pelo sinal de código associado ao usuário. O eixo do tempo é dividido em 'frames', e cada frame é dividido em M pequenos intervalos de tempo (time slots). Durante cada frame o usuário transmite em um dos M slots. Qual dos M slots é definido pelo sinal de código associado ao usuário. Como o usuário transmite tudo em M pequenos intervalos de tempo, a freqüência necessária para a transmissão sofre um aumento de fator M. O diagrama de blocos de um sistema TH-CDMA encontra-se na figura 9.

 

Figura 9 – Modulador e demodulador do Time Hopping

 

3.4.1. Vantagens do TH-CDMA

 

·        A implementação é mais simples que a do sistema FH-CDMA;

·        É um método bastante usado quando o transmissor tem limitação de potência média mas não de pico de potência desde que os dados sejam transmitidos em rápidas emissões a grandes potências;

·        Como no FH-CDMA, o problema do perto-longe é muito menor.

 

3.4.2. Desvantagens do TH-CDMA

 

·        O sistema demora um certo tempo para conseguir sincronizar o sinal, e o tempo no qual o receptor deve conseguir a sincronização é pequeno;

·        Se ocorrerem múltiplas transmissões, uma certa quantidade de bits de dados é perdida, então um código de correção de erro e de interpolação de dados é necessário.

 

3.5. Sistemas híbridos

 

Os sistemas híbridos CDMA incluem o emprego de duas ou mais técnicas de modulação de espalhamento de espectro acima mencionadas ou a combinação do CDMA com alguns outros sistemas de acesso múltiplo. A idéia é combinar as vantagens específicas de cada técnica de modulação. A figura 10 ilustra o diagrama de blocos para um sistema híbrido [4].

 

Figura 10 – Diagrama de Blocos de um Sistema Híbrido

 

 

 

4. IS-95 CDMA

 

4.1. Controle de Potência

 

IS-95 tem três diferentes mecanismos de controle de potência. No uplink, tanto o ciclo aberto como o ciclo rápido fechado de controle de potência são empregados. No downlink, um ciclo controle de potência relativamente lento controla a potência de transmissão.

 

4.1.1. Ciclo Aberto de Controle de Potência

 

         O ciclo aberto de controle de potência tem duas funções principais: ajusta a potência de acesso inicial do canal de transmissão da estação móvel e compensa grandes variações abruptas na atenuação por perdas do meio. A estação móvel determina uma estimativa do perdas do meio entre a estação base e estação móvel medindo a potência do sinal recebido usando o circuito de controle de ganho automático (AGC) que dá uma estimativa tosca da perda de propagação para cada usuário. A menor potência recebida, a maior perda de propagação, e vice-versa. O potência transmitida da estação móvel é determinado pela equação:

 

Potência de Saída  (dBm) = – Potência de entrada (dBm) + Potência de compensação + parâmetros

        

         O controle aberto de potência é descrito na figura 11. A distância (d1) da estação 1 móvel para a estação base (BTS) é menor que a distância da estação 2 móvel (d2) à BTS, o sinal recebido pela estação móvel 1 tem uma perda de propagação menor. Assuma que a potência de entrada da estação móvel 1 é –70 dBm (100 pW) e a potência de entrada da estação móvel 2 é –90 dBm (1 pW). Para classe de banda móvel 0 sem parâmetros de correção, as potências de transmissão das estações móveis para alcançar potências iguais recebidas na estação base podem ser calculado usando a fórmula acima, sendo então 17 dBm (50 mW) e –7 dBm (200 mW), respectivamente.

 

Figura 11 – Ciclo aberto de controle de potência

 

4.1.2. Ciclo Fechado de Controle de Potência

 

         Desde que o IS-95 uplink e downlink têm uma separação de freqüência de 20 MHz, os processos de perda deles não estão fortemente relacionados. Embora o potência média seja aproximadamente a mesma, a potência em um curto período é diferente, e então, o ciclo aberto de controle de potência não pode compensar a perda do uplink . Para responder pela independência do Rayleigh na perda no uplink e downlink, a estação base controla também o potência de transmissão de estação móvel. Fig. 12 ilustra o ciclo fechado de controle de potência. A estação base mede o SIR recebido em cima de um de período 1.25 ms, equivalente a seis símbolos de modulação, compara isso para o SIR designado, e decide se o potência de transmissão da estação móvel precisa de ser aumentada ou diminuída. A estação móvel extrai os bits de comando do controle de potência e ajusta seu potência de transmissão adequadamente.

Figura 12 – Ciclo fechado de controle de potência

 

4.1.3. Controle Lento de Potência do Downlink

 

         A estação base controla sua potência de transmissão para uma determinada estação móvel de acordo com as perdas do meio e com a interferência. O propósito principal do controle lento de potência de downlink é melhorar o desempenho de estações móveis de uma extremidade da célula onde o sinal é fraco e as interferências no  sinal da estação base são fortes. O mecanismo de controle de potência do downlink é dado a seguir. A estação base reduz a potência transmitida periodicamente para a estação móvel. A estação móvel mede a relação de erro de frame (FER). Quando o FER excede um limite de predefinido, tipicamente 1%, a estação móvel pede uma potência adicional para a estação base. Este ajuste acontece a cada 15 - 20 ms. O alcance dinâmico do controle de potência de downlink é só ±6 dB.

 

 

 

5. WCDMA

 

         O banda larga CDMA tem uma largura de banda de 5MHz ou mais. A largura de banda nominal para todas as propostas da terceira-geração é de 5MHz. Há várias razões para escolher esta largura de banda. Primeiro, taxa de dados de 144 e 384 kb/s, o objetivo principal dos sistemas de terceira-geração, é realizável dentro de uma largura de banda de 5 MHz com uma capacidade razoável. Até mesmo uma taxa 2Mb/s de pico pode ser provida debaixo dessas condições. Segundo, falta de chamadas de espectro para distribuição de espectro mínima razoavelmente pequena, especialmente se o sistema tem que ser desdobrado dentro das faixas de freqüência existentes já ocupadas através de sistemas da segunda-geração. Terceiro, a largura de banda de 5MHz pode definir (separar) mais multipaths que largura de bandas mais estreitas, crescendo a diversidade e melhorando assim o desempenho. Largura de bandas de 10, 15, e 20MHz foram propostas para suportar altas taxas de dados mais eficientemente.

         Várias propostas de banda larga CDMA foram feitas para a terceira-geração de sistemas wireless. Elas podem ser caracterizadas pelas seguintes novas propriedades avançadas:

·        Provisão de  serviços de multitaxa;

·        Pacote de dados;

·        Espalhamento complexo;

·        Um uplink coerente sendo empregado  uma guia dedicada;

·        Um canal guia adicional no downlink para sinalização;

·        Sem sobreposição entre freqüências;

·        Controle rápido de potência no downlink;

·        Detecção opcional de multiusuário.

         A padronização da interface com ar na terceira-geração para os esquemas baseados em CDMA parece enfocar dois tipos principais de banda larga CDMA: cadeia assíncrona e síncrona. Em esquemas de cadeias assíncronas as estações bases não são sincronizadas, enquanto que em esquemas de cadeias síncronas as estações bases são sincronizadas uma a outra dentro de alguns microsegundos. Como discutido, há três propostas de cadeias assíncronas CDMA: WCDMA em ETSI e em ARIB, e TTA II na Coréia tendo parâmetros semelhantes.

         Os principais parâmetros do WCDMA estão listados na tabela 1.

 

Tabela 1 – Principais parâmetros do WCDMA

 

         As diferenças principais entre os sistemas WCDMA e cdma2000 são taxa de bit, estrutura de canal de downlink, e sincronização da rede. O esquema cdma2000 usa uma taxa de amostragem de 3.6864 Mc/s para uma faixa de distribuição de 5MHz com espalhamento direto de downlink e uma taxa de amostragem de 1.2288Mc/s para o downlink de multicarrier .

         WCDMA usa espalhamento direto com uma taxa de amostragem de 4.096Mc/s. A aproximação de multicarrier é motivada por um sobreposição de espectro de cdma2000 com os portadores existentes  IS-95 . Semelhante para IS-95B, são gerados códigos de espalhamento de cdma2000 usando diferentes fases de uma mesma seqüência M. Isto é possível por causa da operação em cadeia síncrona. Desde que WCDMA tem uma cadeia assíncrona, códigos longos diferentes em lugar de trocas de diferentes fases do mesmo código são usados para a separação da célula e do usuário. A estrutura de código adicional bate como código de sincronização, aquisição de célula, e sincronização de sobreposição.

 

5.1 Espalhamento

 

         O esquema WCDMA emprega espalhamento longo de códigos. Diferentes códigos de espalhamentos são usados para separação de célula no downlink e separação de usuário no uplink. No downlink, códigos ouro de duração 2 18 são usados, mas eles são truncados para formar um ciclo de 10 ms de frame. O número total de códigos disponíveis é 512, divididos em 32 grupos de código com 16 códigos em cada grupo para facilitar um procedimento rápido de procura de célula. No uplink, espalhamento pequeno ou longo (misturando códigos) é usado. Os códigos pequenos são usados para aliviar o implementação de técnicas de recepção de multiusuários avançadas; caso contrário códigos de espalhamento longo podem ser usados. Códigos pequenos são códigos de VL-Kasami de duração 256 e códigos longos são sucessões de Ouro de duração 2 41, mas o posterior é truncado para formar um ciclo de 10ms por frame [4].

 

 

 

6. Vantagens e Desvantagens do Spread Spectrum

 

          Quando um receptor B recebe um sinal vindo de dois ou mais transmissores, no caso abaixo A, B e C, ele é capaz de decodificar apenas o primeiro sinal de chegada.

 

 

          Os receptores B e D podem receber simultaneamente os sinais dos transmissores A e C como mostra a figura abaixo:

 

 

          A técnica Spread Spectrum é praticamente imune a sinais refletidos.

 

 

          Um sinal de banda estreita não interfere em um sinal Spread Spectrum e vice-versa sendo que ele vai ocupar apenas uma pequena banda do sinal Spread Spectrum e tem densidade de potência muito maior.

 

 

 

          A probabilidade de alguém não autorizado interceptar o sinal Spread Spectrum é muito baixa. (LPI)

          Através dos códigos PN os dados transmitidos podem ser endereçados.

          A principal característica da transmissão Spread Spectrum é a altíssima segurança.

 

 

 

7.  Aplicações do espalhamento de espectro

 

Intellon

 

          Diferente das aplicações citadas até o momento, os módulos INTELLON proporcionam a comunicação entre periféricos, formando uma pequena rede, a baixíssimo custo, utilizando a mesma tecnologia SPREAD SPECTRUM citada anteriormente.

          A principal aplicação destes módulos está na automação residencial, através de controle de ativação de periféricos. Neste caso, utiliza-se comunicação via rede elétrica convencional, a chamada "POWER LINE COMMUNICATIONS". Pode ser utilizada também em rede elétrica DC. A freqüência do sinal trafegando pela rede elétrica está entre 100 e 400KHz. A grande largura de banda se dá automaticamente pela tecnologia SPREAD SPECTRUM utilizada.

          Para outras aplicações são utilizados também módulos RF, onde se utiliza freqüência em torno de 910MHz, ainda com a tecnologia SPREAD SPECTRUM. Neste caso, geralmente perde-se a concepção de rede, partindo-se então para a comunicação ponto a ponto, via RF com baixíssimo custo. Ainda que raro, a aplicação via RF formando pequenas redes também pode ser utilizada.

          Tais módulos são utilizados da mesma forma (via RF ou rede elétrica) para telemetria, controle de acesso, controle de processos, controle de dispositivos em geral e como já dito, em qualquer sistema de rede a baixo custo.

          O módulo Intellon necessariamente deve ser conectado a um microcontrolador, que estabelecerá todo o controle dos dados transmitidos e recebidos, através de linhas de clock (SCLK) fornecido do microcontrolador, reset (RST) ativo em 0, geração de interrupção do módulo Intellon ao microcontrolador (INT) também ativo em nível 0, chip select (CS) habilitando ou não a saída dos dados, e linhas de dados especificas de entrada (SDI) e saída (SDO). Os dados são transmitidos do microcontrolador externo ao microcontrolador interno do P300. O microcontrolador interno do Intellon fará todo o controle de protocolo, geração de portadora, inserção dos bits de endereçamento e dados e emite estes dados ao circuito de saída, responsável pela transmissão e recepção de pacotes.

          No caso de conexão à rede elétrica deve haver uma interface composta de filtros e amplificadores operacionais. No Intellon há sinais de entrada (SI), saída (SO) e ainda um sinal de select (TS), que deverá ser conectado a um buffer tri-state. Este sinal select setará este sistema de acoplamento para entrada ou saída. Existe ainda um módulo Intellon de interface à rede, já contendo todo este sistema de filtros de amplificadores operacionais. Em países com sistemas de rede elétrica utilizando poucos transformadores locais, o alcance pode chegar a alguns quilômetros. No Brasil, pelo fato de termos muitos transformadores espalhados por toda a rede, o alcance fica comprometido, um vez que o transformador funcionará com um filtro para freqüências mais altas. Mas como este sistema foi concebido para utilização em pequenas redes internas, este fato não representa problema.

          Em uso via RF, o módulo Intellon é também específico, mas a interface com o microcontrolador é a mesma. Obviamente não há a conexão a um módulo de interface com rede elétrica, sendo este substituído por um módulo de interface RF, composto também por filtros e no último estágio, uma antena com impedância devidamente casada.

          Os módulos utilizados em rede elétrica são: SSC P300 e P200. O módulo SSC P111 é utilizado na interface com a rede elétrica, interligando com dito anteriormente, um dos módulos de controle de protocolo (P300 ou P200) e a rede elétrica em si. O módulo RF citado é o SSC RFCEDW.

          Exemplificando uma aplicação com os módulos SSC P300 e SSC P111, vemos que o P300 gera internamente uma forma de onda transmitida pelo pino de saída (SO). Este sinal AC é acoplado através de um filtro RC e a um buffer amplificador. A distorção do ruído do sinal de saída é menor que 1mVrms. O circuito buffer amplificador também é responsável pelo casamento de impedâncias. No acoplamento à rede, devem existir ainda um circuito de proteção contra surtos de tensão e diodos regulando a tensão aplicada à rede. No circuito de entrada, o P300 requer um filtro para atenuar freqüências fora da faixa. É recomendado filtro LC com 6 pólos. Há ainda um amplificador com ganho de 20dB. Este valor acarreta na sensibilidade do circuito de 1mVpp. Se o ganho for maior a sensibilidade aumenta, mas obviamente diminui a imunidade a ruído.

          O protocolo utilizado pelos módulos Intellon é completo, contendo vários sinais de controle pré-estabelecidos, mas que não serão abordados neste trabalho. Melhores informações podem ser obtidas através de datasheets disponíveis no site do fabricante: www.intellon.com.

 

 

 

8. Demonstração Prática usando o programa Matlab

 

 

%--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

%OS COMANDOS A SEGUIR GERAM UM SINAL COM TRÊS COMPONENTES DE      FREQÜÊNCIA. O SINAL É AMOSTRADO A UMA TAXA DE 30000 AMOSTRAS POR SEGUNDO DURANTE 0.010 SEGUNDOS.

%--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

 

T=0.1;                                     %Período de amostragem

fs=10000;                               %Taxa de amostragem

n=[1:(T*fs)];                            %Número de amostras do período amostrado

 

f0=500;f1=750;f2=1000;            %Componentes de um sinal qualquer a ser amostrado

x=sin(2*pi*f0/fs*n)+sin(2*pi*f1/fs*n)+sin(2*pi*f2/fs*n);            %Sinal x amostrado

X=fft(x);                                         %Transformada do sinal x

 

%--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

%AS ROTINAS ABAIXO GERAM UMA SEQÜÊNCIA DE NÚMEROS ALEATÓRIOS COM VALORES -1 OU 1

%--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

a=[1:T*fs];                         %Cria um vetor de T*fs pontos

a=rand(size(a));                     %Cria o vetor com T*fs valores aleatórios entre 0 e 1

for i=1:T*fs,                            %Gera um vetor com valores aleatórios 1 ou -1 somente

   if a(i)>0.5

      a(i)=1;

   else

      a(i)=-1;

   end

end

 

b=[1:T*fs];                         %Cria um vetor de T*fs pontos

b=rand(size(b));                     %Cria o vetor com T*fs valores aleatórios entre 0 e 1

for i=1:T*fs,                            %Gera um vetor com valores aleatórios 1 ou -1 somente

   if b(i)>0.5

      b(i)=1;

   else

     b(i)=-1;

   end

end

 

%--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

%OS COMANDOS ABAIXO ESPALHAM O ESPECTRO EM FREQÜÊNCIA DO SINAL AMOSTRADO

%--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

x_aleat1=x.*a;                        %Multiplica ponto a ponto o vetor aleatório com o sinal    

X_aleat1=fft(x_aleat1);

 

%--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

%OS COMANDOS ABAIXO DEVOLVEM O SINAL ORIGINAL

%--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

x_rec1=x_aleat1.*a;

X_rec1=fft(x_rec1);

 

%--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

%Tentativa de recuperar o sinal sem que o código de espalhamento seja conhecido

%--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

x_rec2=x_aleat1.*b;

X_rec2=fft(x_rec2);

 

%--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

%GRÁFICOS A SEREM GERADOS

%--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

figure(1);                                 %Plota o sinal amostrado x

plot(x);

title('Sinal Amostrado em função do tempo');

 

figure(2);                                 %Plota o espectro em freqüência do sinal x

plot(abs(X));

title('Resposta em freqüência do sinal amostrado');

 

figure(3);                                 %Plota a seqüência de números aleatórios

stem(a);

title('Seqüência de números aleatórios');

 

figure(4);                                 %Plota o sinal espalhado

plot(x_aleat1);

title('Sinal espalhado em função do tempo');

 

figure(5);                                 %Plota o espectro em freqüência do sinal espalhado

plot(abs(X_aleat1));

title('Resposta em freqüência do sinal espalhado');

 

figure(6);                                 %Plota o sinal recuperado

plot(x_rec1);

title('Sinal recuperado em função do tempo');

 

figure(7);                                 %Plota o espectro em freqüência do sinal recuperado

plot(abs(X_rec1));

title('Resposta em freqüência do sinal recuperado');

 

figure(8);                                 %Plota o sinal não recuperado

plot(x_rec2);

title('Tentativa de recuperação do sinal em função do tempo');

 

figure(9);                                 %Plota o espectro do sinal não recuperado        

plot(abs(X_rec2));

title('Resposta em freqüência do sinal a ser recuperado');

 

%--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

%TOCA O SOM DO SINAL ORIGINAL, DO SINAL RECUPERADO E DO SINAL NÃO-RECUPERADO

%--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

pause(5);

sound(x);

pause(5);

sound(x_rec1);

pause(5);

sound(x_rec2);

 

8.1. Figuras da Simulação

 

 

 

Figura 1

 

Figura 2

 

Figura 3

 

Figura 4

 

Figura 5

 

Figura 6

 

Figura 7

 

Figura 8

 

Figura 9

 

 

 

 

9. conclusÃo

 

         O CDMA é uma forma de espalhamento de espectro. Ele funciona como um “embaralhador”. Como as vozes são codificadas em bits, cada conversa recebe um código “embaralhador” e é misturada com outras conversas, cada uma com seu código “embaralhador”. Na outra extremidade da conversa, o mesmo código é “desembaralhado”, sendo convertido novamente em voz. Para o usuário praticamente não existem diferenças. A comunicação é praticamente sem ruído em ambos os sistemas e os serviços adicionais são os mesmos.

         Existem várias técnicas de modulação que geram um sinal de espectro espalhado, as principais são: Seqüenciamento Direto de Espectro Espalhado; Espalhamento de Espectro por Deslocamento de Freqüência; Espalhamento de Espectro por Deslocamento de Tempo e Modulação híbrida.

 

 

 

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

[1]    www.spreadspectrum.cjb.net;

[2]    www.qsl.net/py6tl/speed_spectrum.htm;

[3]    www.gta.ufrj.br/~flavio/commovel/CDMA.htm;

[4]    www.comsoc.org/pubs/surveys - An Overview of  CDMA Evolution Toward Wideband CDMA;

[5]    www.li.facens.br/eletronica;

[6]   www.eee.ufg.br/~1guedes/cm/cm1-3.htm;

[7]    http://www.gta.ufrj.br/~flavio/commovel/CDMA.htm;

[8]    http://www.geekbrasil.com.br/apostilas/link.asp?DownID=324;

[9]    http://www.inf.unisinos.br/~roesler/disciplinas/comunicdados/aula15/spreadspectrum.pdf.